A tirzepatida é o mais novo candidato contra a obesidade que acaba de ser aprovado pela FDA nos Estados Unidos. Segundo a fabricante Eli Lilly, em um ano e meio de tratamento, o composto foi capaz de reduzir em mais de 20% o peso dos participantes do novo estudo, alcançando um resultado superior ao de outros remédios disponíveis no mercado.
Vou te contar mais sobre esse novo produto.
Como funciona o Tirzepatida?
O medicamento funciona simulando a função de dois dos hormônios secretados pelo intestino, GLP-1 e GIP, responsáveis por promover a sensação de saciedade e auxiliar no controle da glicose, sendo também eficaz no tratamento para diabetes.
É uma mudança de paradigma no tratamento da obesidade e da diabetes.
Como ocorreu a pesquisa?
A pesquisa envolveu 2,3 mil voluntários com obesidade ou sobrepeso que possuíam ao menos uma comorbidade consequente do excesso de peso, exceto diabetes. Os voluntários foram divididos em quatro grupos: três receberam o remédio em diferentes doses e somente um recebeu o placebo. Nenhum dos voluntários tinha conhecimento de qual grupo fazia parte: placebo ou medicamento, esse é atualmente o melhor método para avaliar a eficácia de um medicamento.
A pesquisa durou 72 semanas (cerca de um ano e meio) e, após esse período, os grupos que receberam o medicamento perderam entre 16% e 22,5% do peso total, dependendo da dosagem. Enquanto isso, o emagrecimento dos participantes do placebo não passou de 2,4%.
Como a tirzepatida age?
O medicamento é aplicado por uma injeção subcutânea semanal. O GLP-1 é um hormônio secretado naturalmente no intestino quando comemos, responsável por estimular a produção de insulina no pâncreas quando a glicose está alta, desacelerando a digestão e promovendo a sensação de saciedade.
O GIP, também produzido pelo intestino, isoladamente facilita o acúmulo de gordura no organismo ao mesmo tempo que diminui o apetite no cérebro. Sua função de acúmulo de gordura desaparece ao ser combinado com o GLP-1 devido à sua função sinérgica (cada um é responsável por potencializar a ação do outro) auxiliando em processos ligados à perda de peso e controle da glicemia.
Evolução no tratamento contra obesidade
Estudos indicam que remédios análogos de hormônios, como a tirzepatia, além de auxiliarem no emagrecimento, podem proteger o sistema cardiovascular, ao contrário da antiga geração de remédios para obesidade, que possuíam diversos riscos para a saúde cardíaca. Esse é um fator importante porque tanto a obesidade quanto o diabetes aumentam o risco de infartos, derrames e outros problemas nos vasos sanguíneos.
Estamos inaugurando uma nova era de combate à obesidade, pautada na modulação dos peptídeos [pedacinhos de proteína] intestinais.
Pode substituir a bariátrica?
Os especialistas são cautelosos quanto a substituição da cirurgia bariátrica. É provável que uma série de indivíduos com graus menores de obesidade não precisem mais ser operados. Por outro lado, a cirurgia voltará a privilegiar obesos grau 3, com IMC [índice de massa corpórea] acima de 40, que aguardam o procedimento.
Vale lembrar que qualquer medicamento, cirurgia ou intervenção só trará benefícios dentro de um tratamento completo contra a obesidade, uma doença que exige acompanhamento de longo prazo e mudança de estilo de vida.
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