A obesidade pode levar a consequências muito graves em vários órgãos e sistemas. Mais controversos são seus efeitos no osso. De fato, considerando que a DMO (densidade mineral óssea) não é suficiente, por si só, para definir se um indivíduo tem maior risco de fratura, é necessário detectar outros fatores, independentes da DMO, que podem ser definidos como fatores de risco.
Por muitos anos pensou-se que as pessoas com maior risco de fraturas eram mulheres magras. Acreditava-se que o IMC mais baixo aumentava o risco de osteoporose, enquanto o peso corporal mais alto dava proteção contra fraturas. A maior DMO em indivíduos obesos, relatada por muitos autores, é atribuível ao efeito mecânico do peso corporal no osso. A literatura científica mostra como a sustentação de peso aumenta a densidade óssea atuando também no nível celular.
O efeito da carga mecânica no osso é determinado mais pela massa magra do que pela massa gorda. Em indivíduos obesos, há um aumento da massa gorda, mas também da massa magra (excluindo a obesidade sarcopênica).
A hiperleptinemia encontrada no indivíduo com obesidade parece ser uma das causas do enfraquecimento ósseo. Na verdade, a leptina tem um efeito duplo no osso. Um desses efeitos é positivo: in vitro, a leptina estimula as células do estroma a se diferenciarem em osteoblastos, estimula a proliferação destes e inibe a formação de osteoclastos.
Também foi demonstrado que um nocaute do gene da leptina causa uma redução na DMO e no volume ósseo. O efeito negativo parece prevalecer sobre o positivo. Este efeito negativo seria exercido através do sistema nervoso central. A leptina causaria diminuição da produção de serotonina nos neurônios hipotalâmicos, resultando em diminuição da formação óssea.
O maior risco de fraturas deve-se a inúmeros fatores, que podem ser agrupados em dois grandes grupos: fatores metabólicos e aumento do risco de quedas. As fraturas do obeso têm distribuição atípica, tanto na idade adulta quanto na infância.
A obesidade é, portanto, confirmada como uma condição muito perigosa para homens e mulheres, devido às possíveis consequências graves em vários sistemas, incluindo o esqueleto.