Existe um receio no consumo de medicação para emagrecer. Isso é normal e necessário. Eles realmente funcionam, mas podem representar um risco à saúde se administrados por conta própria
Apesar de incentivar meus pacientes a buscarem tratamentos que não utilizem remédios convencionais, em alguns casos os medicamentos para emagrecer são sim
necessários. Algumas pessoas têm muita dificuldade para perder peso. Mesmo com dietas, exercícios e bons hábitos os quilinhos a mais não vão embora. Então essa estratégia acaba sendo necessária.
ALERTAS
É muito importante ter em mente que o remédio para emagrecer deve ser usado por um curto período. Ele servirá como um pontapé inicial para o processo de perda de peso, potencializando o resultado da dieta e dos exercícios.
Depois disso, é a reeducação alimentar que deve entrar em ação, para que o paciente não volte a engordar.
Outro alerta importante. O remédio que faz efeito para uma pessoa, pode não funcionar para outra e ainda prejudicar sua saúde. Isso pode acontecer principalmente
se a pessoa tiver alergia a alguma substância de sua composição ou estiver tomando outros medicamentos que causem efeitos colaterais quando combinados.
Então, só um especialista em emagrecimento pode receita-lo. Ele pedirá exames e analisará seu histórico para poder decidir qual a melhor opção.
O QUE EXISTE NO MERCADO
Fiz uma seleção dos principais remédios que existem no mercado para que vocês possam conhecer:
TRULICITY
 
Este remédio é mais voltado para quem tem diabetes tipo 2 e também é indicado para quem sofre com obesidade. Ele já é usado com sucesso em outros países e sua
chegada no Brasil é recente.
Uma das funções do Trulicity é reduzir os valores de glicemia no sangue. As pessoas com diabetes precisam diariamente de doses de insulina para ajudar a diminuir os níveis de glicose. Esses picos de glicose, uma hora altos e uma hora baixos, fazem o cérebro mandar mensagens de fome ao cérebro. Por esse motivo essas pessoas têm mais apetite e geralmente estão acima do peso.
Ele também anda de “mãos dadas” com o GLP-1, que é um transmissor presente no intestino. Quando o alimento está presente, ele é ativado e envia ao cérebro uma
sensação de saciedade. A finalidade do Trulicity é equilibrar e evitar esses picos de glicose no organismo. Dessa forma os diabéticos sentirão menos fome e consequentemente perderão peso. Ele é de uso semanal e é subcutâneo.
SAXENDA
É um medicamento injetável utilizado para o emagrecimento de pessoas com obesidade ou sobrepeso. Ele ajuda a diminuir o apetite e a controlar o peso corporal,
podendo causar a redução de até 10% do peso total, quando associado a uma dieta saudável e prática de exercício físico regular. O Saxenda está contraindicado para pacientes com alergia à liraglutida ou qualquer outro componente presente no medicamento, por crianças e adolescentes com menos de 18 anos, durante a gravidez e também não deve ser utilizado por quem toma outros remédios agonistas do receptor de GLP-1, como o Victoza.
VICTOZA
É um medicamento à base de liraglutida, originalmente indicado para o tratamento de diabetes. Receitado por médicos como emagrecedor, ele tem dado resultados
excelentes. O Victoza tem oito vezes mais hormônio do que o produzido normalmente pelo corpo. Além disso, seu efeito se estende por 24 horas na corrente sanguínea, enquanto o GLP-1 age no organismo só por três minutos. O Victoza pode estimular a produção de insulina no pâncreas, e é muito utilizada conciliada com uma dieta equilibrada e exercícios físicos.
SIBUTRAMINA
 
Ele age no organismo de duas formas: dá sensação de saciedade – de modo a controlar distúrbios alimentares como a compulsão alimentar – e mantém o metabolismo acelerado, promovendo o gasto calórico. A droga funciona de forma parecida com antidepressivos porque age na produção de serotonina e noradrenalina do corpo – dois neurotransmissores produzidos no sistema nervoso central, responsáveis por dar sensação de felicidade e saciedade ao corpo.
É o hormônio do humor e além de reduzir o apetite, combate a ansiedade e depressão, duas condições psicológicas frequentemente ligadas à obesidade.
FEMPROPOREX
Ela suprime o apetite e também podem ser utilizada para tratar distúrbios relacionados ao estresse. Emagrece porque age diretamente no sistema nervoso central. Ele manda uma mensagem o cérebro dizendo que o organismo já está suprido de todos os nutrientes que precisa e desta forma o cérebro não libera a sensação de fome na pessoa.
Sem apetite, o sujeito emagrece rapidamente. Da mesma maneira, a droga informa ao cérebro que tudo está bem no organismo e o cérebro mantem a pessoa com energia e sem estresse por não comer.
O Femproporex emagrece de forma indireta através da perda de apetite, mas ele pode vir acompanhado de todos os efeitos colaterais das anfetaminas. Então, cuidado.
ANFEPRAMONA
 
A Anfepramona age diretamente nos núcleos hipotalâmicos, presentes no cérebro de quem a ingere, inibindo consideravelmente o apetite e contribuindo para que essas pessoas percam drasticamente a vontade de comer e, assim, emagreçam com mais facilidade. Muitas pessoas aliam o uso desse medicamento a uma dieta balanceada e saudável, sem uso de comidas ricas em gorduras e carboidratos pobres, o que pode ajudar no emagrecimento mais acelerado. A Anfepramona é indicada para pessoas que possuem obesidade exógena ou sobrepeso patológico e que desejam emagrecer.
MAZINDOL
 
O Mazindol é classificado como um medicamento anorexígeno, ou seja, inibe o apetite e leva à perda de peso pela diminuição no consumo de calorias. Durante muitos anos, foi um dos remédios mais receitados por médicos para tratar a obesidade, mas acabou sendo proibido em diversos países por apresentar diversos efeitos colaterais. No Brasil, o Mazindol foi vendido legalmente de 1999 a 2011, ano em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária decidiu seguir os órgãos de saúde de outros países (como a FDA dos Estados Unidos) e baniu o medicamento por não considerá-lo seguro para a saúde.
Ao lado da sibutramina, dietilpropiona e femproporex, o Mazindol era um dos medicamentos anorexígenos mais utilizados no Brasil. No entanto, quando comparado ao femproporex e à dietilpropiona, o Mazindol possui um efeito anorexígeno mais prolongado. Embora seu mecanismo de ação não seja inteiramente compreendido, pesquisadores acreditam que o Mazindol emagrece atuando no centro de controle do apetite, elevando os níveis de neurotransmissores responsáveis pela comunicação da saciedade no cérebro.
Percebeu porque não é simples descobrir qual a melhor opção para você? As opções são várias, mas as barreiras também. Consulte um nutrólogo para saber se o seu caso pede a administração de um medicamento e qual serio o ideal para seu caso.